Um glossário é um tipo de lista de termos ou palavras específicas de um determinado campo de conhecimento, organizadas em ordem alfabética e acompanhadas de suas definições ou explicações. Ele serve como um recurso útil para esclarecer o significado de termos técnicos, jargões ou vocabulário especializado utilizados em um determinado contexto, como em um livro, artigo científico, manual, documento técnico, site, entre outros.
O glossário ajuda os leitores a entenderem e se familiarizarem com os termos específicos do campo em questão, proporcionando uma referência rápida e fácil de consultar. É comumente encontrado em livros didáticos, dicionários especializados, obras acadêmicas, guias técnicos e documentos que envolvem terminologia específica.
Ao consultar um glossário, os leitores podem encontrar definições claras e concisas dos termos, o que facilita a compreensão do texto em geral. Além disso, o glossário também pode incluir sinônimos, exemplos de uso e notas explicativas para termos mais complexos ou ambíguos.
Um glossário musical é especialmente útil para quem está estudando ou se envolvendo com música, seja como músico, estudante de música, produtor, compositor ou simplesmente como entusiasta da música. Ele tem como objetivo fornecer definições claras e concisas de termos e conceitos específicos do campo da música.
Aqui estão algumas das utilidades de um glossário musical:
- Compreensão de terminologia: A música tem uma linguagem própria com termos técnicos e jargões que podem ser desconhecidos para aqueles que estão começando ou não têm formação musical formal. O glossário musical ajuda a esclarecer o significado desses termos, como acordes, escalas, ritmos, dinâmicas, notação musical, termos em outros idiomas (italiano, alemão, francês, etc.), entre outros.
- Referência rápida: Um glossário musical oferece uma referência prática e rápida para consultar quando você se depara com um termo desconhecido durante a leitura de um livro, estudo de partituras, assistindo a uma aula ou até mesmo durante uma conversa musical. Ele permite que você localize rapidamente a definição e continue a entender o assunto em questão.
- Estudo e aprendizado: Para estudantes de música, um glossário é uma ferramenta valiosa para consolidar o aprendizado. Ele auxilia na compreensão de conceitos e terminologia durante o estudo de teoria musical, história da música, análise musical e outros aspectos relacionados. Ao ter acesso a definições claras, os estudantes podem aprofundar seu conhecimento e desenvolver uma compreensão mais abrangente do assunto.
- Comunicação e colaboração: Em situações em que músicos e profissionais da música estão trabalhando juntos, o glossário musical facilita a comunicação efetiva. Ao compartilhar um vocabulário comum, os envolvidos podem se entender melhor, evitar mal-entendidos e colaborar de forma mais eficiente em projetos musicais.
- Exploração de gêneros e estilos musicais: A música abrange uma ampla variedade de gêneros e estilos, cada um com sua própria terminologia e características específicas. Um glossário musical permite que os interessados explorem diferentes gêneros e estilos, compreendendo os termos e conceitos fundamentais que os definem.
Em resumo, um glossário musical é uma ferramenta valiosa para músicos e entusiastas da música, pois oferece uma referência rápida e confiável para a compreensão e uso adequado dos termos técnicos e conceitos do campo da música.
Glossário de expressões da música
A cappella (cantar): o canto desacompanhado de instrumentos.
Abertura de vozes: em uma obra musical polifônica (em que vozes e instrumentos executam melodias ao mesmo tempo independentes e relacionadas em termos verticais), a abertura de vozes envolve o direcionamento de uma ou mais melodias para a região grave, enquanto outras se direcionam para a região aguda.
Atonal (atonalismo): música que não se organiza segundo um sistema hierarquizado como o tonal* e o modal, e que, por isso, não apresenta a obrigato- riedade de privilegiar uma ou mais notas em detrimento de outras. Do ponto de vista perceptivo, a música atonal soa mais dissonante (confira dissonância) do
que a música tonal* ou modal*.
Bumbo (da bateria): peça da bateria que emite o som mais grave, sendo tocada
pelo instrumentista com o auxílio de um pedal.
Cadência perfeita: conclusão ou pontuação de uma frase musical que afirma a tonalidade de uma obra com uma sequência de acordes de dominante* e de tônica*.
Campo harmônico: na música tonal, conjunto de acordes formados com as notas da escala definida pela tonalidade de uma obra ou passagem musical.
Compasso (ternário/quaternário): divisão métrica que introduz ciclos regulares formados por pulsos de igual duração. Cada ciclo é delimitado pela diferença entre um pulso inicial forte e outros pulsos fracos. No compasso ternário, esse ciclo envolve uma nota forte e duas fracas, enquanto o quaternário envolve uma nota forte e três fracas.
Consonância: perceptivamente, a harmonia sonora de duas ou mais notas; acusticamente, a vibração concordante de ondas sonoras de diferentes frequências, relacionadas entre si pelas razões de números inteiros. A consonância evoca a ideia de repouso. Antônimo de dissonância*.
Contraponto: arte de combinar duas ou mais linhas melódicas simultâneas. Dotadas de relativa autonomia, elas são, no entanto, integradas umas com as outras de modo que notas isoladas de cada uma dessas melodias formem acordes quando tocadas simultaneamente.
Crescendo: termo italiano utilizado para se referir ao aumento gradual da intensidade sonora. Antônimo de diminuendo*.
Cromático: termo utilizado para designar a sucessão de notas distantes entre si pelo intervalo* de semitom, o menor da música ocidental.
Diminuendo: termo italiano utilizado para se referir à diminuição gradual da intensidade sonora. Antônimo de crescendo*.
Dissonância: duas notas soando juntas em discordância, ou um som que, no sistema harmônico predominante, é instável e tenso, pedindo a resolução em uma consonância (e o consequente repouso). Antônimo de consonância*.
Dominante: função harmônica do quinto acorde ou grau do campo harmônico que estabelece uma tensão dissonante que se dissipa pela resolução no acorde de tônica. Essa resolução reintroduz o repouso consonante.
Dominante individual: acorde que exerce a mesma função da dominante com a diferença de o fazer com relação a um acorde diferente da tônica.
Encadeamento harmônico: sequência de acordes.
Frase (musical): pequena unidade musical com tamanho variado, geralmente considerada maior que um motivo*. Aplica-se geralmente a melodias e tem extensão geralmente comparável a frases faladas.
Glissando: efeito deslizante que vem do francês glisser, “deslizar”. Aplicado ao piano e à harpa, refere-se ao efeito obtido através de um deslizamento rápido sobre as teclas ou cordas (de forma que cada nota individual seja articulada, não importando a rapidez do “deslizamento”).
Graus conjuntos (movimento por): movimento melódico que passa por cada uma das notas da escala do tom em que a música é tocada. Exemplo: “Dó, Ré, Mi, Fá” ou “Lá, Sol, Fá, Mi” etc.
Harmonia: combinação de notas soando simultaneamente para produzir acordes, e a sua utilização sucessiva para produzir progressões de acordes.
Harmônicos: sons parciais que compõem a sonoridade de uma nota musical. Como uma cor, um som é, portanto, um composto de outros sons. A intensidade com que esses sons parciais se manifestam no interior de um dado som lhe define o timbre*.
Head arrangement: arranjo musical preparado a partir de improvisações livres, muitas vezes coletivas, que prescinde do registro de todas as partes em partitura. O head arrangement é comumente praticado por bandas e artistas de jazz, rock e outros gêneros de música popular. Uma tradução possível para o português seria “arranjo de ouvido”.
Instrumentação: conjunto de instrumentos utilizados em uma peça musical.
Intervalo (melódico): a distância entre duas alturas (frequência sonora).
Modal: A música modal se define em grande medida em contraste com a música tonal praticada no Ocidente. O termo pode ser usado para se referir a uma música baseada em escalas diferentes das tonais (maior e menor), como a pentatônica, muito empregada no blues, rock e jazz. A música modal geralmente se apoia em ostinatos*, apresentando um caráter cíclico.
Modulação harmônica: transição de uma tonalidade consolidada para uma nova tonalidade. Essa transição é reralmente gradual e confirmada com uma cadência perfeita*.
Monodia (monofonia): música constituída por uma única linha melódica, sem acompanhamento. O canto a cappella* é uma forma de monodia.
Motivo: ideia musical curta, podendo ser melódica, harmônica ou rítmica, ou as
três simultaneamente. Independente de seu tamanho, é geralmente encarado
como a menor subdivisão.
Naipe: termo utilizado para classificar e agrupar os instrumentos da orquestra segundo suas características construtivas e suas qualidades timbrísticas (ver timbre*). Os instrumentos da orquestra são distribuídos em quatro naipes: cordas, madeiras, metais e percussão. O termo também é empregado para classificar grupos de instrumentos utilizados em grandes conjuntos de música popular como as big bands de jazz.
Oitava (justa): intervalo* entre notas separadas por seis tons ou doze semitons que, apesar de terem frequências diferentes, são iguais. Na sequência “Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó”, por exemplo, ambos os Dós estão a uma distância de uma oitava.
Orquestração: estudo ou prática da escrita de música para orquestra; conhecimento das características dos instrumentos de orquestra, das possibilidades de combinação dos mesmos e em uma dada peça musical.
Ostinato (melódico, rítmico, harmônico): repetição “obstinada” de qualquer padrão musical.
Quarta (justa): intervalo* entre notas separadas por dois tons e um semitom ou cinco semitons. Exemplo: Dó-Fá, Mi-Lá etc.
Quinta (diminuta): intervalo* entre notas separadas por quatro tons ou oito semitons. Exemplo: Dó-Sol@, Fá-Si etc.
Quinta (justa): intervalo* entre notas separadas por três tons e um semitom ou sete semitons. Exemplo: Dó-Sol, Mi-Si etc.
Seção rítmica: conjunto de instrumentos que dão sustentação rítmico-harmônica para uma canção ou peça instrumental de jazz e de outros gêneros musicais não eruditos. Geralmente integrado por contrabaixo, instrumentos harmônicos como piano, órgão, violão, guitarra, banjo, cavaquinho, e por instrumentos de percussão, como bateria, congas e pandeiro. O termo costuma ser utilizado para se referir ao grupo formado por instrumentos que não são tocados na orquestra e que, por isso, não constituem parte do arranjo orquestral de uma obra.
Subdominante: função harmônica do quarto acorde ou grau do campo harmônico.
Terça maior: intervalo* entre notas separadas por dois tons ou quatro semitons.
Exemplo: Dó-Mi, Sol-Si etc.
Terças maiores paralelas (movimento por): Movimento em paralelo de vozes a uma
distância fixa de uma terça maior.
Tessitura: extensão vocal/instrumental em que se desenrola predominantemente
uma peça musical ou a faixa de frequência delimitada pelas notas mais grave e mais aguda cantadas/tocadas em uma obra.
Textura: modo como os sons são entrelaçados nos planos sincrônico-vertical ediacrônico-horizontal de uma obra ou de uma passagem musical. Em linhas ge-rais, o termo é utilizado para referir-se à maneira como uma peça musical é estruturada, a exemplo da textura polifônica, em que várias melodias se sobrepõem horizontalmente, e da textura homofônica*. A textura também diz respeito ao nível de densidade sonoro-musical, ou ao nível de concentração de ocorrências sonoro-musicais, sobrepostas ou não, em um trecho musical (ex: textura rarefeita ou espessa).
Textura homofônica: estrutura musical vertical na qual uma melodia se destaca no primeiro plano, sendo sustentada por acordes situados no segundo plano.
Timbre (timbrístico, adj.): qualidade definida pela intensidade de cada um dos harmônicos* que constituem um som. Essa qualidade permite que reconheçamos a voz de uma pessoa conhecida ou o som de determinados instrumentos. Assim, é comum dizer que o timbre de uma voz ou de um instrumento é aveludado, estridente e assim por diante.
Tonal (tonalismo): Termo utilizado para se referir ao sistema musical que tem como centro uma tônica*, a qual impõe uma rígida estrutura baseada na oscilaçãoentre tensão e repouso.
Tônica: no sistema tonal*, a nota principal ou o primeiro grau de uma escala (sua fundamental), de acordo com o qual é dado o nome a uma tonalidade; o termo é também usado para se referir ao acorde construído sobre essa nota.
Trinado: ornamento que consiste na alternância mais ou menos rápida de uma nota com a nota um tom ou semitom acima dela.