Angélique Kidjo é uma cantora, compositora e ativista beninense, amplamente considerada uma das maiores artistas da música africana contemporânea. Nascida em Cotonou, Benim, em 14 de julho de 1960, Kidjo é conhecida por sua poderosa voz, por seu estilo musical diverso que mescla influências africanas tradicionais com gêneros como pop, jazz, reggae, e pela defesa de causas sociais e humanitárias.
Primeiros Anos e Início da Carreira
Angélique Kidjo cresceu em uma família artística; sua mãe era diretora de teatro e dançarina, e seu pai, um funcionário público apaixonado por música. Desde cedo, ela foi incentivada a seguir sua paixão pela arte. Aos 6 anos, Kidjo começou a se apresentar no grupo de teatro de sua mãe e, aos 20 anos, gravou seu primeiro álbum, Pretty, que a levou a se tornar uma estrela em seu país natal.
Na década de 1980, devido à instabilidade política no Benim, Kidjo mudou-se para Paris para continuar sua educação musical e desenvolver sua carreira. Lá, estudou no CIM, uma renomada escola de jazz, e começou a se integrar na cena musical europeia, tocando com músicos de diferentes estilos.
Ascensão Internacional
A carreira internacional de Kidjo ganhou força na década de 1990, quando assinou contrato com a gravadora Island Records e lançou uma série de álbuns aclamados pela crítica, incluindo Logozo (1991), que a trouxe reconhecimento mundial. Seu som eclético mistura influências do Afrobeat, funk, jazz, gospel, e ritmos tradicionais da África Ocidental. Canções como “Agolo,” “Wombo Lombo,” e “Batonga” tornaram-se hits e estabeleceram sua fama global.
Música e Colaborações
Ao longo de sua carreira, Angélique Kidjo lançou diversos álbuns, incluindo Fifa (1996), Oremi (1998), Black Ivory Soul (2002), Eve (2014), Celia (2019), e Mother Nature (2021). Seu trabalho se caracteriza por sua versatilidade, sua capacidade de integrar línguas (ela canta em fon, yorubá, francês, inglês e outras línguas africanas), e pela profundidade de suas letras que abordam temas como liberdade, identidade africana, feminismo e preservação ambiental.
Ela colaborou com grandes nomes da música mundial, como Carlos Santana, Alicia Keys, Philip Glass, Peter Gabriel, Sting, Bono, entre muitos outros. Kidjo é amplamente conhecida por seu compromisso com a promoção das culturas africanas no mundo.
Ativismo
Além da música, Kidjo é uma ativista apaixonada. Ela é embaixadora da boa vontade da UNICEF desde 2002 e usa sua influência para defender a educação de meninas, os direitos das mulheres e o combate à pobreza na África. Em 2006, ela fundou a organização Batonga Foundation, que tem como objetivo apoiar a educação de meninas em toda a África.
Prêmios e Reconhecimentos
Angélique Kidjo ganhou vários prêmios internacionais por sua música e ativismo, incluindo cinco Grammy Awards (em 2008, 2015, 2016, 2020 e 2022) e inúmeros outros prêmios, como o Crystal Award do Fórum Econômico Mundial. Ela foi nomeada pela revista Time como uma das “100 pessoas mais influentes do mundo” em 2021 e foi eleita pela BBC como uma das principais vozes do mundo na música.
Legado
Angélique Kidjo é amplamente considerada uma embaixadora da música e da cultura africana. Com seu talento extraordinário e dedicação à justiça social, ela conseguiu transcender fronteiras culturais e linguísticas, tornando-se uma das artistas mais respeitadas e admiradas da atualidade. Seu legado continua a inspirar jovens artistas e ativistas em todo o mundo.
KELELE
“Kelele” é uma canção da cantora Angélique Kidjo que está presente em seu álbum de 2021 Mother Nature. A música reflete o compromisso contínuo de Kidjo com a promoção da justiça social, unidade e conscientização ambiental, misturando sua poderosa voz com ritmos vibrantes e mensagens cativantes.
Em “Kelele”, a palavra em si significa “barulho” ou “clamor” em muitas línguas africanas. A música fala sobre fazer barulho, não no sentido de caos, mas em termos de levantar a voz e conscientizar sobre injustiças e causas importantes. Angélique Kidjo costuma usar sua plataforma para abordar questões sociais e políticas críticas, e nesta canção, ela convoca as pessoas a se manifestarem contra a corrupção, desigualdade e mudanças climáticas.
O ritmo da canção é animado, combinando Afrobeats, elementos eletrônicos e o som característico do Afro-pop de Kidjo. A energia dinâmica da música reflete a urgência de sua mensagem: não ficar em silêncio diante das adversidades e agir por um mundo melhor.
No contexto mais amplo do álbum Mother Nature, que conta com colaborações de vários jovens artistas africanos, Kelele se encaixa na missão de Kidjo de passar a tocha para a próxima geração, capacitando-os a continuar a luta por um futuro sustentável, justo e inclusivo.
Através de Kelele, Kidjo incentiva um chamado coletivo à ação e celebra o poder da comunidade para enfrentar os desafios globais.