Conheça a história do baixo elétrico

Breve Introdução

O baixo elétrico é um dos instrumentos musicais mais importantes e populares da música contemporânea. Com sua sonoridade grave e marcante, ele desempenha um papel fundamental na harmonia e na estruturação das músicas. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a história desse instrumento tão fascinante.

O surgimento do baixo elétrico e da guitarra.

O baixo elétrico surgiu no início do século XX, como uma evolução do contrabaixo acústico.
A necessidade de um instrumento mais prático e versátil para tocar em conjuntos musicais de grande porte levou à criação do baixo elétrico. Foi Leo Fender, um dos grandes nomes da indústria de instrumentos musicais, quem desenvolveu o primeiro baixo elétrico comercialmente viável, em 1951.

O Pioneirismo Elétrico na Música

No mundo da música, a inovação é muitas vezes o catalisador de novos gêneros, estilos e sonoridades.
No século XX, um fenômeno revolucionário surgiu, transformando para sempre a paisagem musical: a eletrificação de instrumentos. Entre os pioneiros dessa revolução estão a guitarra e o contrabaixo elétricos.
Esses instrumentos icônicos não apenas ampliaram o alcance e a potência sonora dos músicos, mas também abriram portas para novas possibilidades criativas que moldaram a música popular moderna de maneira profunda e duradoura.

Os Precursores da Era Elétrica

A história dos instrumentos elétricos é uma narrativa fascinante de engenhosidade, experimentação e determinação.
O surgimento da guitarra e do contrabaixo elétricos está intrinsecamente ligado à busca incessante por músicos e inventores por uma maneira de amplificar o som de seus instrumentos, tornando-os mais audíveis em contextos musicais cada vez mais expansivos. Desde as primeiras tentativas de capturar a ressonância desses instrumentos por meio de microfones rudimentares até o desenvolvimento de sistemas de captação avançados, esta jornada histórica nos leva por um caminho repleto de inovações que revolucionaram a maneira como a música é criada e apreciada. Este artigo explora as origens e evolução dos instrumentos elétricos, destacando as figuras visionárias e os marcos tecnológicos que moldaram a paisagem musical do século XX e além.

A popularização do baixo elétrico:

A década de 1960 foi marcada pela popularização do baixo elétrico, principalmente no contexto do rock e do jazz. Grandes nomes como Paul McCartney, do The Beatles, e Jaco Pastorius, revolucionaram o modo de tocar o instrumento, explorando novas técnicas e possibilidades sonoras. A partir de então, o baixo elétrico se tornou um instrumento indispensável nas bandas e nas gravações musicais.

A evolução do baixo elétrico:

Ao longo dos anos, o baixo elétrico passou por diversas modificações e aprimoramentos. Novas tecnologias permitiram a criação de baixos de cinco e seis cordas, ampliando ainda mais as possibilidades musicais. Além disso, os baixos elétricos de hoje contam com recursos como captadores ativos, que proporcionam uma maior versatilidade de timbres.

O papel do baixo elétrico na música:

O baixo elétrico desempenha um papel fundamental na música. Além de fornecer a base rítmica e harmonia, ele também pode assumir o papel melódico, realizando solos e improvisações. Sua sonoridade encorpada e pulsante é capaz de dar vida e movimento às músicas, tornando-se um elemento essencial em diversos gêneros musicais.

Os precursores em tocar esse instrumento

Os primeiros contrabaixos elétricos, muitas vezes chamados de “baixos elétricos” ou “electric basses”, foram desenvolvidos no início do século XX como uma resposta à necessidade de amplificar o som do contrabaixo acústico em contextos musicais cada vez mais amplificados e de grande volume. Dois dos precursores mais notáveis nesse desenvolvimento foram:

  • Paul Tutmarc: Paul Tutmarc é frequentemente creditado como um dos pioneiros na criação do primeiro contrabaixo elétrico, conhecido como o “Bass Fiddle”. Ele projetou e construiu esse instrumento em meados da década de 1930, com o objetivo de resolver os desafios de volume e projeção enfrentados pelos contrabaixistas em bandas de jazz e orquestras em crescimento. O Bass Fiddle de Tutmarc era tocado com trastes e tinha um som amplificado, antecipando o que mais tarde se tornaria o baixo elétrico moderno.
  • Leo Fender: Leo Fender, um nome icônico na indústria de instrumentos musicais, desenvolveu o primeiro baixo elétrico comercialmente bem-sucedido, o Fender Precision Bass, ou simplesmente “P-Bass”. Introduzido em 1951, o Precision Bass era revolucionário por ser o primeiro baixo elétrico com escala longa e trastes, permitindo que os músicos tocassem com maior precisão e facilitando a transição dos contrabaixistas para o novo instrumento. O Precision Bass se tornou rapidamente um favorito entre músicos de diversos gêneros e continua sendo um dos baixos mais emblemáticos até hoje.
  • Ambos Paul Tutmarc e Leo Fender desempenharam papéis fundamentais na criação e popularização dos contrabaixos elétricos, estabelecendo as bases para a evolução e diversificação desse instrumento ao longo do tempo. Seus esforços abriram as portas para uma nova era na música, onde o baixo elétrico desempenha um papel central em uma ampla gama de gêneros musicais.

Os primeiros discos gravados com baixo elétrico

Os primeiros discos gravados com baixo elétrico são um marco na história da música, pois marcaram a transição desse instrumento da fase de desenvolvimento para a utilização em estúdio e em gravações. Alguns dos primeiros discos notáveis que apresentaram o baixo elétrico incluem:

  • “Rocket 88” (1951) – Jackie Brenston and His Delta Cats: Muitos consideram “Rocket 88” como uma das primeiras gravações a apresentar o baixo elétrico. A faixa, co-creditada a Jackie Brenston e Ike Turner (na verdade, o líder da banda na época), apresenta um som de baixo distintivo tocado por Raymond Hill. Esta música é frequentemente vista como uma precursora do rock ‘n’ roll e marca um momento importante na história da música.
  • “I Want to Hold Your Hand” (1963) – The Beatles: O icônico álbum dos Beatles “I Want to Hold Your Hand” e seu lado B, “This Boy,” contaram com o baixista Paul McCartney usando seu famoso Hofner 500/1 Bass. Embora o baixo elétrico já estivesse em uso antes disso, os Beatles e McCartney desempenharam um papel crucial na popularização do instrumento.
  • “Pet Sounds” (1966) – The Beach Boys: O álbum “Pet Sounds” dos Beach Boys é outro exemplo notável da utilização do baixo elétrico em gravações. O baixista Carol Kaye, que tocou baixo elétrico em várias faixas do álbum, contribuiu significativamente para a riqueza sonora deste clássico da música pop.
  • “Are You Experienced” (1967) – The Jimi Hendrix Experience: O álbum de estreia da banda The Jimi Hendrix Experience apresentou o lendário baixista Noel Redding. Embora o baixo elétrico seja mais conhecido por sua influência no rock, o som de Redding contribuiu para a sonoridade inovadora do álbum.

Os 10 baixistas americanos mais influentes

A influência de baixistas americanos na música é profunda e diversificada, abrangendo uma variedade de gêneros musicais. Embora seja difícil criar uma lista definitiva dos 10 baixistas americanos mais influentes, aqui estão alguns que tiveram um impacto significativo e duradouro:

  • Jaco Pastorius: Reverenciado por sua técnica inovadora e estilo único, Jaco Pastorius é frequentemente considerado um dos maiores baixistas de todos os tempos. Sua contribuição para o jazz fusion é inestimável.
  • James Jamerson: Como o baixista da Motown Records, James Jamerson tocou em inúmeras gravações clássicas da soul e do R&B dos anos 60 e 70, deixando sua marca inconfundível.
  • Larry Graham: Conhecido por sua técnica de slap bass, Larry Graham foi um pioneiro do funk e influenciou muitos outros baixistas, incluindo Flea, do Red Hot Chili Peppers.
  • Stanley Clarke: Com uma carreira que abrange o jazz fusion, o rock e o funk, Stanley Clarke é conhecido por sua virtuosidade e inovação no baixo.
  • Marcus Miller: Renomado por sua versatilidade e habilidade de fundir diversos gêneros, Marcus Miller é uma figura influente no jazz contemporâneo e no fusion.
  • Victor Wooten: Victor Wooten é conhecido por suas habilidades técnicas excepcionais e por redefinir os limites do que é possível no baixo elétrico.
  • Carol Kaye: Como uma das principais baixistas de estúdio da década de 1960, Carol Kaye contribuiu para inúmeras gravações clássicas de artistas como The Beach Boys e The Supremes.
  • Charles Mingus: Além de ser um renomado compositor e líder de banda de jazz, Charles Mingus era um baixista virtuoso que deixou uma marca indelével na história do jazz.
  • Les Claypool: Como líder do Primus, Les Claypool é conhecido por seu estilo único de slap bass e por empurrar os limites do rock alternativo.
  • Billy Sheehan: Como membro de bandas como Mr. Big e The Winery Dogs, Billy Sheehan é conhecido por suas habilidades técnicas excepcionais e seu papel na música de rock.

Como foi o surgimento do baixo elétrico no Brasil?

O surgimento do baixo elétrico no Brasil seguiu um padrão semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos e em outros lugares, com a adaptação e adoção gradual desse instrumento à medida que a música moderna evoluía. Aqui estão alguns pontos-chave sobre o surgimento do baixo elétrico no Brasil:

Anos 1950 e 1960: Durante essa época, o Brasil estava experimentando uma efervescência musical e o surgimento da bossa nova, da música tropicalista e de outros movimentos influentes. O baixo elétrico começou a ser introduzido nas músicas brasileiras em gravações e apresentações ao vivo, principalmente como uma resposta à necessidade de amplificação em ambientes maiores e com bandas maiores.

Adaptação de Instrumentos Externos: Inicialmente, muitos músicos brasileiros adaptaram baixos elétricos estrangeiros, como os fabricados pela Fender, para suas necessidades musicais. Os instrumentos eram importados e, às vezes, customizados para se adequarem aos estilos e às preferências dos músicos brasileiros.

Fabricação Nacional: À medida que a demanda por baixos elétricos crescia, surgiram fabricantes de instrumentos musicais no Brasil que começaram a produzir baixos elétricos localmente. Isso incluiu a criação de instrumentos sob medida e modelos mais acessíveis para músicos brasileiros.

Contribuição de Músicos Brasileiros: Músicos brasileiros notáveis, como Luizão Maia, Nico Assumpção e Jamil Joanes, contribuíram para a popularização do baixo elétrico no país. Eles trouxeram influências internacionais para a música brasileira e expandiram as possibilidades sonoras com o uso do baixo elétrico.

Diversificação de Estilos: O baixo elétrico foi incorporado em uma variedade de estilos musicais brasileiros, incluindo samba, bossa nova, música tropicalista, música popular brasileira (MPB), rock, funk e muito mais. Cada gênero musical explorou as capacidades do baixo elétrico de maneiras únicas.

Fabricantes Locais de Baixos: Com o tempo, o Brasil desenvolveu sua própria indústria de fabricação de baixos elétricos. Empresas brasileiras começaram a produzir baixos com designs exclusivos, o que também contribuiu para a popularização do instrumento.

O baixo elétrico se tornou um elemento fundamental na música brasileira, enriquecendo a sonoridade de muitos gêneros e desempenhando um papel crucial na criação de grooves e ritmos cativantes. A sua evolução e difusão no Brasil refletem a influência da música global na cultura musical brasileira e demonstram como os músicos locais se apropriaram e incorporaram o instrumento de maneira única à sua tradição musical.

As 10 principais marcas fabricantes de baixo elétrico no mundo?

As marcas de fabricantes de baixos elétricos são numerosas, e a escolha de uma marca muitas vezes depende das preferências pessoais de um baixista em relação ao som, ao estilo, ao design e ao orçamento. No entanto, algumas marcas são amplamente reconhecidas por sua qualidade e inovação. Aqui estão 10 das principais marcas fabricantes de baixos elétricos no mundo, em nenhuma ordem específica:

Fender: A Fender é uma das marcas mais icônicas e influentes na fabricação de baixos elétricos, com modelos como o Precision Bass e o Jazz Bass sendo fundamentais na história da música.

Gibson: A Gibson é conhecida por seus baixos, como o Gibson Thunderbird e o Les Paul Bass, que são apreciados por músicos de rock e blues.

Ibanez: A Ibanez produz uma ampla gama de baixos de alta qualidade e é especialmente conhecida por suas linhas de baixos elétricos de 4, 5 e 6 cordas.

Music Man: Os baixos Music Man são conhecidos por sua qualidade de construção, tocabilidade e inovações, incluindo o famoso Music Man StingRay.

Warwick: A Warwick é uma marca alemã conhecida por seus baixos de alta qualidade, incluindo a série Warwick Streamer e os modelos Thumb.

Schecter: A Schecter produz baixos elétricos de qualidade que são populares entre músicos de rock e metal, com modelos como o Schecter Stiletto.

Rickenbacker: Os baixos Rickenbacker são icônicos por seu design distintivo e são frequentemente associados a músicos como Paul McCartney e Chris Squire.

Yamaha: A Yamaha oferece uma ampla gama de baixos, desde modelos acessíveis até instrumentos de alto nível, como o Yamaha BB Series.

Sire: A Sire é uma marca relativamente nova que ganhou destaque com sua série de baixos Marcus Miller, conhecida por sua relação qualidade-preço.

Ernie Ball/Music Man: A empresa Ernie Ball é a fabricante por trás dos baixos Music Man, conhecidos por sua qualidade de construção excepcional e pelo design inovador.

Lembre-se de que a escolha de um baixo elétrico depende muito das preferências individuais, do estilo musical e do orçamento de cada músico.

Os 10 baixistas brasileiros mais influentes da história da música popular

  • Liminha (Arnolpho Lima Filho): Como membro da banda Os Mutantes e colaborador de artistas renomados, Liminha desempenhou um papel fundamental na cena musical brasileira, contribuindo com seu baixo inovador e criativo.
  • Arthur Maia: Reconhecido por sua técnica excepcional, Arthur Maia era um virtuoso do baixo elétrico e tocou com uma ampla gama de músicos, incluindo Djavan e Gilberto Gil.
  • Luizão Maia: Conhecido por seu groove e pela habilidade de construir linhas de baixo envolventes, Luizão Maia é um dos baixistas mais influentes da música brasileira, tendo tocado com artistas como Elis Regina e Milton Nascimento.
  • Jamal Joanes: Jamal Joanes é renomado por suas contribuições ao movimento da música negra brasileira, especialmente com a banda Banda Black Rio, onde seu baixo pulsante era uma característica marcante.
  • Bi Ribeiro: Como membro da banda Paralamas do Sucesso, Bi Ribeiro é um baixista influente que ajudou a definir o som do rock brasileiro nas décadas de 1980 e 1990.
  • Nico Assumpção: Nico Assumpção foi um renomado baixista brasileiro conhecido por sua habilidade técnica excepcional e suas contribuições significativas para a música brasileira e internacional.
  • Arismar do Espirito Santo: Arismar do Espírito Santo é conhecido por sua versatilidade musical, abraçando uma ampla gama de estilos, incluindo choro, jazz, música instrumental brasileira e muito mais. Sua maestria como baixista e músico em geral o tornou uma figura respeitada e influente no cenário musical brasileiro e internacional. Suas colaborações e contribuições para a música continuam a ser valorizadas e apreciadas por amantes da música em todo o mundo. Arismar do Espírito Santo colaborou com diversos artistas renomados ao longo de sua carreira. Aqui estão algumas das parcerias e colaborações notáveis em sua trajetória musical: Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda, Toninho Horta.
  • Ney Conceição: Ney Conceição é reconhecido por sua versatilidade musical e sua habilidade de transitar por diversos gêneros musicais, incluindo jazz, MPB (Música Popular Brasileira), música instrumental e fusion. Ele é renomado por sua técnica apurada no contrabaixo e por suas performances virtuosas ao vivo. Além de tocar contrabaixo elétrico, ele também é habilidoso no contrabaixo acústico.
  • Jorge Helder: Jorge Helder é um talentoso baixista brasileiro conhecido por sua contribuição para a música popular brasileira (MPB) e sua habilidade excepcional no contrabaixo elétrico e acústico.
    Jorge Helder é conhecido por sua parceria de longa data com o cantor, compositor e músico Chico Buarque. Ele tem tocado baixo nas bandas de Chico Buarque em turnês e gravações, contribuindo significativamente para a sonoridade característica das músicas de Chico Buarque. Essa colaboração ajudou a consolidar sua reputação como um dos principais baixistas da música brasileira. Além de seu trabalho com Chico Buarque, Jorge Helder também colaborou com uma série de outros artistas notáveis da cena musical brasileira, incluindo Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e muitos outros. Sua habilidade técnica, sensibilidade musical e capacidade de se adaptar a uma variedade de estilos musicais o tornaram uma figura respeitada na comunidade musical brasileira. Jorge Helder continua a contribuir para a riqueza da música brasileira com seu talento e dedicação à arte do contrabaixo.
  • Adriano Giffoni: Adriano Giffoni é um renomado baixista brasileiro que ganhou reconhecimento e respeito no cenário da música brasileira e internacional. Giffoni é especialmente conhecido por seu trabalho como baixista do Trio Curupira, um grupo de música instrumental brasileira que mistura elementos do jazz, da música brasileira e da música étnica. O trio é elogiado por sua criatividade e inovação musical, e Adriano Giffoni desempenha um papel central na criação do som distintivo da banda. Além de sua atuação com o Trio Curupira, Adriano Giffoni também colaborou com uma ampla gama de músicos e artistas notáveis, tanto brasileiros quanto internacionais. Sua versatilidade musical o levou a trabalhar em diversos contextos musicais, desde gravações de estúdio até apresentações ao vivo. Ao longo de sua carreira, Adriano Giffoni lançou álbuns solo e participou de inúmeras gravações e projetos musicais, solidificando sua posição como um dos baixistas mais respeitados e influentes no cenário musical brasileiro e além. Sua musicalidade única e habilidades no contrabaixo continuam a encantar e inspirar músicos e amantes da música em todo o mundo.

Conclusão

A história do baixo elétrico é fascinante e cheia de transformações ao longo dos anos. Desde sua criação, ele conquistou músicos e fãs ao redor do mundo, sendo um dos instrumentos mais importantes da música contemporânea. Seu som marcante e sua versatilidade o tornaram indispensável nas bandas e nas gravações musicais, fazendo do baixo elétrico um verdadeiro protagonista na história da música.

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