Noite Feliz – Qual a história da música natalina? [PARTITURAS]

A origem da música Noite Feliz

A música Noite Feliz, conhecida em inglês como Silent Night, foi composta em 1818 na Áustria e tem uma história tocante por trás de sua criação. A letra foi escrita pelo padre austríaco Joseph Mohr em 1816, enquanto a melodia foi composta pelo organista Franz Xaver Gruber em 1818.

A origem da música está ligada a um evento de Natal na cidade de Oberndorf bei Salzburg. Segundo a história, o órgão da igreja de São Nicolau estava quebrado, impossibilitando o uso do instrumento para a celebração natalina. Isso motivou Joseph Mohr a pedir a Franz Gruber que criasse uma melodia simples para uma canção que ele havia escrito, de forma que pudesse ser tocada no violão. Assim, Stille Nacht, Heilige Nacht (título original em alemão) foi apresentada pela primeira vez na missa de Natal daquele ano.

Silent Night rapidamente se tornou popular, primeiro na Áustria e depois em toda a Europa, espalhando-se para o mundo como um dos mais icônicos hinos natalinos. A letra da canção fala sobre a serenidade e a paz do nascimento de Jesus, o que ressoou em diversas culturas e tradições, consolidando-a como um símbolo do Natal em diferentes idiomas e lugares.

Os compositores de Noite Feliz

Joseph Mohr (1792–1848)

O padre austríaco Joseph Mohr (1792–1848) é mais conhecido por ter escrito a letra do hino natalino Stille Nacht (Silent Night ou Noite Feliz), uma das canções mais famosas do Natal. Mohr nasceu em Salzburgo, Áustria, e teve uma infância difícil. Ele era filho de mãe solteira e cresceu em condições de pobreza. Apesar dos desafios, ele demonstrou talento para os estudos e música desde jovem, o que lhe abriu portas para a educação e, posteriormente, para o seminário.

Mohr foi ordenado sacerdote em 1815 e iniciou seu ministério pastoral em várias paróquias pequenas na Áustria. Ele era conhecido por seu compromisso com as comunidades rurais e pelo trabalho com os mais necessitados. Em 1816, enquanto servia na aldeia de Mariapfarr, Mohr escreveu o poema que mais tarde se tornaria Stille Nacht, inspirado por sua fé e pelas dificuldades que muitos enfrentavam na época.

Dois anos depois, em 1818, quando estava em Oberndorf bei Salzburg, ele pediu a ajuda de seu amigo, o organista e professor Franz Xaver Gruber, para colocar música em seu poema. Juntos, eles apresentaram a canção pela primeira vez na Missa de Natal daquele ano, acompanhados apenas por um violão, devido ao problema no órgão da igreja.

Joseph Mohr continuou sua carreira sacerdotal e dedicou-se a causas sociais e ao bem-estar das comunidades pobres, sempre com uma postura caridosa e empática. Ele morreu em 1848, sem saber que sua música, Silent Night, se tornaria uma das canções mais queridas e duradouras do mundo.

Franz Xaver Gruber (1787–1863)

Franz Xaver Gruber (1787–1863) foi um professor, organista e compositor austríaco, mais conhecido por ter composto a melodia de Stille Nacht (Silent Night ou Noite Feliz) em 1818, uma das canções de Natal mais populares em todo o mundo. Na época da composição de Silent Night, Gruber vivia e trabalhava como organista e professor em Arnsdorf, uma pequena vila perto de Oberndorf bei Salzburg, na Áustria.

Gruber nasceu em uma família modesta de tecelões em Hochburg-Ach, uma vila na Alta Áustria. Ele mostrou interesse e talento para a música desde cedo, mas teve que lutar contra a oposição de seu pai, que preferia que ele seguisse o ofício da família. Apesar disso, Gruber conseguiu estudar música e, ao se tornar professor e organista, ele desempenhava um papel central na vida musical e religiosa das aldeias onde atuava.

Em 1818, Gruber era organista e professor em Oberndorf bei Salzburg, onde conheceu o padre Joseph Mohr. Naquele ano, Mohr pediu a Gruber que criasse uma melodia para um poema que ele havia escrito dois anos antes, intitulado Stille Nacht. Gruber compôs uma melodia simples e serena que pudesse ser acompanhada pelo violão, devido a um problema com o órgão da igreja de São Nicolau. Assim, a canção foi apresentada pela primeira vez na Missa de Natal de 1818.

A colaboração entre Gruber e Mohr resultou em uma melodia que rapidamente se tornou popular na região e, em poucos anos, se espalhou por toda a Áustria e, mais tarde, por outros países. A simplicidade e beleza de Silent Night conquistaram pessoas ao redor do mundo, transformando-a em um clássico natalino.

Franz Xaver Gruber continuou sua carreira musical, dedicando-se à composição e ao ensino de música. Ele nunca imaginou que a canção simples que criou para uma pequena igreja na Áustria se tornaria uma das canções natalinas mais amadas de todos os tempos.

Aqui está um panorama histórico sobre como essa tradição surgiu e se desenvolveu:

A tradição das músicas natalinas tem raízes antigas e evoluiu ao longo de séculos, unindo influências religiosas, culturais e, mais recentemente, comerciais. Essa tradição começou como uma expressão de fé e celebração religiosa, mas aos poucos se tornou um elemento central das festividades de Natal em muitas culturas.

1. As Primeiras Canções Religiosas (Séculos IV a XIII)

  • As primeiras músicas de Natal foram criadas como hinos e cânticos religiosos para celebrar o nascimento de Jesus Cristo. No século IV, São Francisco de Assis popularizou a ideia de incluir música nas celebrações de Natal. Ele incentivou a criação de músicas religiosas que pudessem ser cantadas pelas pessoas comuns.
  • Durante a Idade Média, na Europa, surgiram os carols (ou cânticos natalinos), canções populares que celebravam temas religiosos. Esses cânticos eram comuns em vários idiomas e tinham melodias simples, permitindo que fossem cantados por qualquer pessoa.

2. Os Villancicos e os Cantos Regionais (Século XVI)

  • Em países como a Espanha e Portugal, as villancicos eram canções populares que abordavam temas religiosos e festivos, incluindo o Natal. Essas músicas foram rapidamente adotadas em outras partes da Europa e das Américas.
  • Nessa época, também começaram a surgir composições que misturavam temas de inverno e celebração natalina, tornando o Natal uma festa comunitária mais acessível e alegre.

3. O Renascimento da Música Natalina na Era Vitoriana (Século XIX)

  • No século XIX, especialmente na Inglaterra vitoriana, houve um renascimento da tradição natalina, impulsionada pela Rainha Vitória e pelo Príncipe Albert, que introduziram costumes alemães como a árvore de Natal e a troca de presentes.
  • Músicas como Jingle Bells e Deck the Halls começaram a se popularizar nesse período, trazendo uma abordagem mais alegre e familiar para o Natal. O período vitoriano ajudou a consolidar o Natal como uma celebração da família, e as canções refletiam esse espírito.

4. A Era das Gravações e o Natal Comercial (Século XX)

  • Com o surgimento do rádio, da gravação e do cinema, as músicas natalinas passaram a alcançar um público muito maior. Hollywood e a indústria musical começaram a ver o potencial comercial das canções de Natal, e várias músicas clássicas foram lançadas, como White Christmas de Bing Crosby e Have Yourself a Merry Little Christmas.
  • Essas canções, compostas nas décadas de 1940 e 1950, tornaram-se parte do repertório natalino universal e ajudaram a definir a atmosfera de nostalgia, aconchego e união que associamos ao Natal moderno.

5. Músicas Natalinas Pop e Contemporâneas

  • A partir dos anos 1990, o Natal começou a ganhar novas músicas, misturando gêneros como pop, rock e até jazz. Canções como All I Want for Christmas Is You de Mariah Carey se tornaram ícones modernos da temporada, mantendo a tradição de renovar o repertório de músicas natalinas a cada década.
  • Hoje, artistas de vários gêneros e nacionalidades lançam músicas natalinas, celebrando temas como o amor, a família e o espírito de união.

6. A Tradição Hoje: Conexão e Nostalgia

  • Hoje em dia, as músicas natalinas têm um papel importante na criação do clima festivo. Elas são uma forma de unir diferentes gerações em torno de canções que evocam memórias e promovem sentimentos de paz e alegria.

Portanto, as músicas natalinas surgiram como celebrações religiosas, foram transformadas pelas tradições populares, ganharam espaço com a cultura comercial e, atualmente, mantêm uma tradição viva, conectando pessoas ao espírito e às lembranças do Natal.

3 canções natalinas

Vou disponibilizar três partituras de canções natalinas famosas em todo o mundo, para que você possa tocar e compartilhar a magia do Natal. Essas músicas, conhecidas por sua beleza e pelo espírito festivo que evocam, são clássicos universais que trazem aconchego e alegria à celebração natalina. Aproveite para aprender e espalhar essas melodias que conectam pessoas de diferentes culturas nessa época especial do ano!

The First Noel

The First Noel é uma música tradicional natalina de origem inglesa que conta a história do nascimento de Jesus. É conhecida por sua melodia suave e letra poética, que narra o anúncio do anjo aos pastores sobre o nascimento do Salvador. A canção provavelmente surgiu no século XVII, na Cornualha, Inglaterra, e ao longo dos anos foi sendo adaptada e preservada pela tradição popular.

A letra destaca o simbolismo do “primeiro Natal” (o “first Noel”), com versos que descrevem a noite tranquila e as reações dos pastores ao receberem a boa nova. A melodia é simples, com um ritmo envolvente e uma estrutura que facilita o canto em coro. Em cada estrofe, a canção conduz os ouvintes a imaginar a cena do nascimento, enfatizando a humildade e a alegria desse momento sagrado.

The First Noel tornou-se popular em todo o mundo e hoje é considerada um dos hinos mais reverenciados da época natalina, com versões gravadas por diversos artistas e coros ao longo dos séculos.

Partituras AQUI

Jingle Bells

A música Jingle Bells, embora conhecida mundialmente como uma canção natalina, foi originalmente composta para o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Ela foi criada em 1857 por James Lord Pierpont, um compositor e organista de Boston. O título original da canção era One Horse Open Sleigh, e a letra descreve a alegria de um passeio de trenó puxado por um cavalo em uma paisagem de neve.

A canção rapidamente se tornou popular, especialmente durante a temporada de festas, devido ao seu ritmo alegre e ao refrão cativante, que celebram o inverno e a diversão nos trenós. Com o tempo, Jingle Bells passou a ser associada ao Natal, embora não faça referências diretas a essa data. Hoje, é uma das músicas natalinas mais populares do mundo, interpretada em inúmeros estilos e línguas.

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The Christmas Song (Chestnuts Roasting On An Open Fire)

A música The Christmas Song, popularmente conhecida como Chestnuts Roasting on an Open Fire, é um dos clássicos natalinos mais duradouros e foi composta em 1945 por Mel Tormé e Bob Wells. Segundo Tormé, a canção nasceu em um dia extremamente quente de verão em Los Angeles. Ao visitar a casa de seu amigo Bob Wells, ele encontrou algumas frases escritas em um bloco de notas, como “chestnuts roasting on an open fire” (castanhas assando em uma fogueira) e “Jack Frost nipping at your nose” (Jack Frost beliscando o seu nariz), que Wells escrevera para tentar se refrescar mentalmente do calor intenso. Tormé achou as frases interessantes, e juntos, em cerca de 40 minutos, compuseram a música completa.

A primeira gravação foi feita pelo icônico cantor Nat King Cole em 1946, e essa versão rapidamente se tornou a mais conhecida e reverenciada da canção. Nat King Cole na verdade gravou a música quatro vezes ao longo de sua carreira, sendo a última em 1961, que é a versão mais famosa. A música captura uma imagem acolhedora e nostálgica do Natal, com referências a elementos típicos da temporada de inverno e da festividade, e ao mesmo tempo carrega uma simplicidade poética que ressoou por gerações.

“The Christmas Song” é apreciada por sua melodia suave e letra sentimental, que evoca calor, aconchego e união. É um verdadeiro hino do Natal e é considerada uma das músicas mais reinterpretadas por artistas de diversos estilos e épocas, tornando-se um dos clássicos definitivos da temporada de festas.

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