O Repertório no aprendizado técnico-musical

A área de educação musical abrange um amplo espectro de atividades de aprendizado e ensino relacionadas à música, e o aprendizado de instrumentos é um componente crucial desse campo. A compreensão do aprendizado de instrumentos na área de educação musical envolve vários aspectos:

  • Escolha do Instrumento: Educadores musicais ajudam os alunos a escolher o instrumento que desejam aprender. Essa decisão pode ser influenciada pelos interesses pessoais do aluno, suas habilidades físicas e os recursos disponíveis.
  • Habilidades Fundamentais: Nas fases iniciais do aprendizado do instrumento, os alunos adquirem habilidades fundamentais, como o manuseio correto do instrumento, postura e técnicas básicas. Eles também aprendem a ler notação musical, entender ritmo e desenvolver o ouvido para a afinação.
  • Repertório e Teoria Musical: À medida que os alunos progridem, eles se aprofundam na teoria musical, aprendendo sobre escalas, acordes, armaduras de clave e outros aspectos teóricos. Eles também começam a explorar um repertório de peças musicais que correspondem ao seu nível de proficiência.
  • Prática e Técnica: Aprender um instrumento requer prática regular e estruturada para desenvolver a memória muscular, a técnica e a proficiência geral. Educadores musicais orientam os alunos na criação de rotinas de prática que atendam aos seus objetivos e horários.
  • Apresentações: Um dos principais objetivos do aprendizado de instrumentos é a capacidade de se apresentar musicalmente. Os alunos são incentivados a participar de recitais, apresentações de grupos musicais ou até mesmo apresentações solos, o que fornece experiência valiosa e constrói a confiança.
  • História e Apreciação Musical: A educação musical frequentemente inclui o estudo da história da música, o que ajuda os alunos a contextualizar as peças que tocam e compreender a evolução dos estilos e gêneros musicais. Isso fomenta uma apreciação mais profunda da música.
  • Criatividade e Composição: Alguns programas de educação musical incentivam os alunos a explorar seu lado criativo, compondo sua própria música ou improvisando. Isso pode ser especialmente importante para promover uma compreensão profunda da música.
  • Tecnologia e Gravação: Na era moderna, a tecnologia desempenha um papel significativo na educação musical. Os alunos podem usar software para gravar, editar e produzir música, ampliando sua compreensão da produção musical.
  • Avaliação e Avaliação: Educadores musicais avaliam o progresso dos alunos por meio de testes regulares, exames e avaliações de desempenho. Isso ajuda tanto o aluno quanto o professor a acompanhar a melhoria e estabelecer metas.
  • Adaptação às Necessidades Individuais: Educadores musicais eficazes entendem que cada aluno é único e pode ter estilos de aprendizado, metas e desafios diferentes. Eles adaptam seus métodos de ensino para acomodar essas necessidades individuais.
  • Perspectivas Culturais e Globais: A educação musical pode também abranger o estudo de várias tradições musicais de todo o mundo, fomentando uma perspectiva mais ampla sobre a música e seu papel em diferentes culturas.
  • Aprendizado ao Longo da Vida: A educação musical não se limita a crianças ou iniciantes; é uma busca ao longo da vida. Muitos adultos aprendem a tocar um instrumento para seu próprio prazer ou autodesenvolvimento, e os educadores musicais atendem a esse público diversificado.

Dicas para orientar seu aluno de música a estudar o instrumento

Orientar um aluno de música no estudo de seu instrumento de maneira eficaz envolve uma combinação de ensino estruturado, motivação e suporte. Aqui estão alguns passos e dicas para ajudar você a guiar um aluno de música em seu estudo de instrumento:

  1. Estabeleça Metas Claras: Defina metas claras e alcançáveis a curto e longo prazo. As metas podem incluir aprender peças específicas, passar em exames ou dominar técnicas particulares.
  2. Rotina de Prática: Estabeleça uma rotina de prática regular e eficaz. Enfatize a importância da consistência em vez de longas horas. Uma prática curta e diária frequentemente é mais benéfica do que sessões esporádicas e prolongadas.
  3. Exercícios de Aquecimento: Incentive o aluno a começar cada sessão de prática com exercícios de aquecimento para melhorar a força dos dedos, destreza e técnica geral.
  4. Seleção de Repertório: Escolha um repertório diversificado que inclua peças de diferentes níveis de dificuldade. Isso ajuda a manter o interesse e desafia o aluno em níveis diferentes.
  5. Exercícios Técnicos: Integre exercícios técnicos que se concentrem em habilidades específicas, como escalas, arpejos ou estudos. Esses exercícios ajudam a construir uma base sólida.
  6. Teoria Musical: Ensine a teoria musical relevante ao instrumento do aluno, incluindo escalas, acordes, armaduras de clave e assinaturas de tempo, conforme se aplica ao instrumento e à música que estão tocando.
  7. Treinamento do Ouvido: Desenvolva o ouvido do aluno, incluindo exercícios de treinamento auditivo e incentivo para ouvir música ativamente, identificar melodias e reconhecer intervalos.
  8. Oportunidades de Apresentação: Organize oportunidades regulares de apresentação, como recitais ou encontros informais, para construir confiança e presença de palco.
  9. Gravação e Revisão: Incentive o aluno a gravar suas sessões de prática e apresentações. Isso ajuda na autoavaliação e na identificação de áreas que precisam de melhoria.
  10. Feedback e Correção: Forneça feedback construtivo sobre a execução do aluno. Aponte áreas que precisam de aprimoramento e ofereça orientação sobre como corrigir erros.
  11. Motivação e Incentivo: Reconheça o progresso do aluno e ofereça incentivo. Celebre conquistas, por menores que sejam, para manter a motivação em alta.
  12. Flexibilidade: Seja flexível e adaptável às necessidades e ao estilo de aprendizado do aluno. Cada pessoa aprende de maneira diferente, portanto, ajuste seus métodos de ensino de acordo.
  13. Paciência e Perseverança: Aprender um instrumento pode ser desafiador. Ensine a importância da paciência e perseverança e ajude o aluno a superar a frustração.
  14. Teoria e História: Eduque o aluno sobre a história de seu instrumento e o contexto mais amplo da música. Isso pode aprofundar sua apreciação pela arte.
  15. Abordagem Individualizada: Adapte sua orientação aos objetivos individuais do aluno. Nem todos desejam se tornar músicos profissionais, então compreenda e apoie suas aspirações únicas.
  16. Aprendizado Contínuo: Incentive o aluno a permanecer curioso e aberto a novas experiências de aprendizado, seja experimentando novos estilos de música, compondo ou explorando tecnologia musical.
  17. Colaboração: Promova a colaboração com outros músicos, como ingressar em uma banda, orquestra ou conjunto. Isso aprimora suas habilidades musicais e o trabalho em equipe.
  18. Orientação Profissional: Se possível, recomende um professor de música qualificado ou mentor que possa fornecer orientação especializada.
  19. Mantenha-se Inspirado: Liderar pelo exemplo. Mostre seu próprio entusiasmo pela música, compartilhe suas próprias experiências musicais e mantenha-se inspirado. Sua paixão pode ser contagiante.

Leia a seguir o artigo da revista “The Strad – Artigo com tradução livre do site “The Strad”.

Quando nos perguntamos o que aprender, como organizar o ensino musical e avaliar seu desenvolvimento em um determinado contexto é sempre uma tarefa complexa na qual o professor deve saber quando, onde e por que ele usa essas estratégias de ensino.

Como você escolhe o repertório instrumental para um aluno?

Esta pergunta foi feita a cinco professores e instrumentistas da área das cordas (violino e viola). Como você determina qual repertório é o melhor para um aluno?

RESPOSTA DOS PROFESSORES:

Bruno Giuranna: Em certo ponto dos estudos, os alunos precisam entender, ouvir e sentir o que significa “tocar muito bem”. Isso não é nada óbvio ou fácil, e o processo pode levar tempo. É possível entender isso primeiro em uma simples peça ou estudo, talvez com um grupo fácil de notas. Depois disso, o professor deve aumentar o nível de dificuldade do repertório do aluno, sempre mantendo essa qualidade. Isso deve ser feito gradualmente, com grande tato, e sem o medo de voltar a trabalhar pouco se o nível desejado for perdido.

Boris Kuschnir: É importante estabelecer o propósito para o qual o repertório está sendo tocado. No caso da preparação para uma competição, uma apresentação solo com orquestra ou um recital, o repertório deve ser escolhido para ser de grande interesse e efeito para a audiência em questão e deve desempenhar os pontos fortes do aluno. Se o objetivo é desenvolver aspectos específicos à musicalidade do aluno, o professor deve selecionar o repertório com a mesma precisão que um bom médico que prescreva remédio para um paciente. A escolha correta do repertório é essencial para o desenvolvimento técnico de um violinista, e ainda mais para ajudá-los a se tornar um bom músico.

Jeff Bradetich: É importante estabelecer uma lista de repertório que ensina música e técnica em vários níveis diferentes. Quando o aluno atinge um determinado nível, dê três escolhas para ele ouvir. O que mais os excita é a escolha certa. A verdade do assunto é que o aluno aprenderá mais detalhadamente e rapidamente quando estiverem mais envolvidos, apesar dos nossos melhores esforços para ensinar-lhes “o que eles precisam saber”. Não é saudável sempre ditar o que o aluno deve trabalhar. É mais importante desenvolver sua capacidade de pensar por si e explorar o que o mundo tem para oferecer.

Mimi Zweig: Existem sequências de repertório que podem ser apresentados aos alunos para facilitar o crescimento musical e técnico. Eu acho que se eu definir as bases em cada nível, revisando e incorporando as tarefas dos níveis anteriores, os alunos podem absorver facilmente o novo repertório. Meus alunos preparam peças em três níveis simultaneamente. O primeiro está abaixo do nível do aluno, como em uma peça de revisão que, quando realizada, será bem tocada e manterá o nível de confiança alto. O segundo está no nível do aluno, onde aprender a nova peça permite que o aluno se sinta bem porque os desafios são alcançáveis. O terceiro está acima do nível do aluno, para manter o aluno engajado (ego intacto) e se certificar de que eles sabem que sempre há novos desafios a serem dominados.

Bonnie Hampton: a música precisa ser de boa qualidade, mas é importante não ir diretamente a grandes obras-primas até que o aluno esteja pronto. Por exemplo, as notas da Sonata em E menor de Brahms são muito difíceis, mas ouvir um jovem estudante tocá-las antes de estarem prontos, tecnicamente, pode causar impacto emocional, frustração, e roubar-lhe a alegria de fazer música. Claro, ficamos todos ansiosos para tocar aquelas obras maravilhosas, mas elas precisam ser respeitadas etrabalhadas de forma correta.

QUEM SÃO OS PROFESSORES:

Jeff Bradetich é professor de contrabaixo na University of North Texas College of Music.

Bruno Giuranna ensina viola na Fondazione Stauffer em Cremona, no Conservatório da Svizzera Italiana em Lugano e na Universidade de Limerick na Irlanda.

Bonnie Hampton estava anteriormente na faculdade da Juilliard School, ensina Violoncelo nas faculdades e escolas pré-universitárias

Boris Kuschnir é professor de violino no Conservatório de Viena e na Universidade de Música de Graz.

Mimi Zweig é professora de violino e viola e diretora de estudos pré-universitários da Jacobs School of Music, Indiana University at Bloomington.

Fonte: https://www.thestrad.com/how-do-you-choose-instrumental-repertoire-for-a-student/2866.article

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